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O MUNICÍPIO


Teófilo Otoni está localizado no nordeste do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do Brasil. Pertence à Mesorregião do Vale do Mucuri e Microrregião de Teófilo Otoni, distante 450 km (quatrocentos e cinquenta quilômetros) da capital Belo Horizonte direção nordeste.

Ocupa uma área de 3 242,27 km², sendo que 19,62km² estão em perímetro urbano, e sua população foi estimada pelo IBGE no ano de 2017 em 141.934 habitantes, se posicionando em 17º (décimo sétimo) município mais populoso do estado de Minas Gerais.

Breve História

No riquíssimo subsolo de Teófilo Otoni, formaram-se, há milhões de anos, águas marinhas, topázios, berilos, turmalinas, crisoberilo, alexandrita, ametistas, quartzo róseo, olho-de-gato e outras gemas. A razão para a diversidade e a riqueza é o município estar localizado na província pegmatítica Oriental do Brasil, uma das mais ricas áreas mundiais de produção de pedras preciosas.

Além da exploração das gemas, a cidade é um importante centro de lapidação. São cerca de 250 pequenas empresas de lapidação e comercialização, 2.700 lapidações informais, 200 corretores autônomos e empresas de exportação. Anualmente, em julho, acontece a Feira Internacional de Pedras Preciosas (FIPP). Por tudo isso, Teófilo Otoni passou a ser conhecida como a "capital das pedras preciosas".

Teófilo Otoni exerce liderança regional - Vale do Mucuri, São Mateus e Jequitinhonha - como centro cultural, comercial, educacional e de assistência hospitalar. Com um dos maiores rebanhos bovinos do Estado, o setor pecuário também é um dos pilares da economia da cidade e da região. Para incrementar os negócios, acontece a Exposição Agropecuária dos Vales do Mucuri, São Mateus e Jequitinhonha (Expovales).

O calendário de eventos é variado e movimenta a cidade o ano inteiro - Carnaforró, VII Feira do Peixe, Feira do Mel, Encontro dos Médicos Veterinários dos Três Vales, Forró das Pedras, Congresso de Medicina do Nordeste Mineiro, Festival do Folclore, Festa da Colheita e a Mostra de Orquídea.

As especialidades da terra são a carne de sol, o feijão-verde, a mandioca preparada de formas diversas e a legítima cachaça mineira. O visitante pode saboreá-los nos inúmeros restaurantes da cidade ou adquiri-los no Mercado Central.

"Aqui farei a minha Filadélfia".  Foi desse desejo do político liberal Teófilo Benedito Ottoni que nasceu a cidade.

A inauguração no dia 7 de setembro de 1853 foi marcada pela abertura da rua Direita sob a responsabilidade do engenheiro Roberto Scholobach.  Um alinhamento de uma grande rua plana e retilínea, tendo extensão de mais de meia légua no sentido NS (Reinaldo Ottoni Porto). Foram abertas, duas ruas paralelas à rua Direita, diversas perpendiculares formando ângulos retos e duas praças. O ideal de cidade manifesto na criação de Filadélfia pode ser entendido a partir do choque entre dois mundos. De um lado, o espaço regional, visto como formador de identidades, construtor de um tipo de liberdade, empreendedor e viril. De outro, a cidade-corte marcada por efeminados, como o beija-mão. Filadélfia é a negação da cidade-corte (ARAÚJO, 2003)

A urbanização se inicia com a instalação de serraria, carpintarias, olarias, armazéns, lojas e um quartel. Seguindo a política de imigração do período, a Companhia de Comércio e Navegação do Rio Mucuri, quando foi constituída, recebeu do governo imperial concessões como: dez léguas de testada por uma de fundo para estabelecimento do projeto de colonização. Na imigração, estava uma das esperanças de povoamento e desenvolvimento de Filadélfia e região.

Em 1874, Filadélfia demonstrou sua prosperidade do Vale do Mucuri com a realização de uma exposição agrícola, comercial e industrial. Tinham muito para mostrar: gado, cereais, legumes, café, açúcar, subprodutos do leite, produtos farmacêuticos e de medicina natural, artigos em madeira, tecelagem, fotografia e outros. Muitos colonos alemães foram agraciados com menções honrosas pelos seus produtos; podemos citar: Guilherme Schultz, cereais; Gottlieb Bremmer, polvilho; Augusto Wolf, charutos e cigarros; Frederico Marx, paletó de casimira, Henrique Pietsch, fotografia.

O progresso de Filadélfia fez com que, pela Lei nº 2.486, de 9 de novembro de 1878, o distrito fosse elevado a município. Em homenagem ao fundador, passou a se chamar "Teófilo Otoni". 

O município de Teófilo Otoni entrou no século 20 como polo econômico e de desenvolvimento do Mucuri e do Jequitinhonha. A população, que em 1890 era de 13.222 habitantes, saltou para 163.199 em 1920. Martim de Carvalho e Fernandes Tourinho, em expedições pelos sertões do Brasil, na década de 70 do século 16, recolheram várias amostras de pedras na região. Quando se iniciou o povoamento pela ação empreendedora de Teófilo Ottoni, tinha-se noção da existência das pedras preciosas no subsolo, mas a mineração e a extração não se tornaram opções de atividade econômica. Na década de 20 do século 20, as gemas começaram a ser exploradas em escala comercial, tornando-se a segunda principal atividade econômica do município. Alguns alemães se dedicaram a esse tipo de atividade. A cidade chegou a receber imigrantes de Idar-Oberstein, na Alemanha, importante centro de comercialização de pedras do mundo. Mas a maioria dos pequenos grupos de garimpeiros não era morador local.

O município hoje faz parte do Circuito das Pedras Preciosas. Em uma operadora local, é possível adquiri passeios para conhecer a cadeia produtiva da extração das gemas à confecção de joias e o artesanato mineral.

Cachoeiras do rio Mucuri e as pedreiras majestosas se tornaram opção para adeptos de esportes radicais; existem opções menos radicais, como uma boa caminhada. Para promover o turismo, estão nos planos da cidade a construção de um museu dedicado às gemas e a reativação de um trecho da estrada de ferro Bahia-Minas.

Na praça Tiradentes, o visitante pode sentir a alma de Teófilo Otoni - o conjunto arquitetônico; a Maria Fumaça - Poxixá -, preservando a memória da ferrovia Bahia-Minas; o bicho-preguiça nas árvores, o comércio das pedras e a Feira de Artesanato.

Bibliografia: 

Sesc/Senat. Descubra Minas.  

Fundação João Pinheiro. A colonização alemã no Vale do Mucuri. Belo Horizonte,1993. Coleção Mineiriana

MIRANDA, Nilmário. Teófilo Ottoni - A República e a Utopia do Mucuri. Belo Horizonte: Caros Amigos Editora, 2007 

ELEUTÉRIO, Arysbure Batista. Estrada de Ferro Bahia e Minas - "A ferrovia do Adeus".